domingo, 26 de agosto de 2007

"Acabou... o que se pode fazer? Não tenho mágoas nem rancor. Não tenho dúvidas sobre o que passou. Não tenho medo de enfrentar o que me vem pela frente. E apesar de tudo, eu espero que você seja feliz.
Eu espero que ela seja a melhor coisa que te aconteceu.
Espero que ela se sinta do mesmo jeito.
Espero que ela saiba cuidar de você, como eu tantas vezes tentei fazer.
Espero que o seu orgulho besta não atrapalhe você e que você aprenda... nada específico, mas tudo na vida tem uma lição a ensinar.
Espero que ela te faça sentir como se o chão fosse feito de nuvens.
Espero que ela te deixe sem palavras. Sem ar. Sem chão.
Espero que você espere por cada beijo dela como se sua vida dependesse disso.
Espero que cada beijo dela te faça ter certeza que a tua vida não é em vão.
Espero que você sinta aqueles calafrios toda vez que olhar pra ela.
Espero que essa sensação não passe nunca, porque é tão bom...
Espero... simplesmente espero.
Espero pelo dia em que você vai abrir os seus olhos.
Espero que você se permita sentir.
Eu desejo de todo o meu coração que você não tenha medo (porque eu sei o quanto você odeia sentir-se vulnerável...).
Espero que quando você estiver com ela, não consiga dormir. Mas espero que quando estiver sem ela, passe a noite em claro.
Espero que cada nascer-do-sol te deixe num estado indescritível... e que cada pôr-do-sol te faça pensar nos momentos que vocês passaram juntos.
Espero que um dia, você a ame de verdade.
Espero que dê certo entre vocês.
E se não der... eu simplesmente espero que você saiba a hora de desistir.
Espero que você não sofra.
Espero que você não tente lutar por um amor impossível.
Espero que você entenda que a vida vai continuar com ou sem ela.
Independente disso, eu espero que um dia você encontre alguém que seja tão importante pra você quanto você foi pra mim.
E espero que você ame alguém do jeito que eu te amei. Porque, se por um instante ao menos, você tiver certeza de que foi correspondido, tudo terá valido a pena.
De qualquer forma, eu desejo que você fique bem, sem clichês, eu digo isso de todo o meu coração.
Eu ainda te amo, provavelmente sempre amarei.
Meu coração ainda dispara toda vez que eu ouço a tua voz. Toda vez que eu sei que você vai se aproximar.
Mas agora simplesmente não importa."

(...)

Ela sentou na cama. Estivera escrevendo por três horas seguidas e colocou todos os seus pensamentos mais profundos nessa carta. Ela havia pensado por tanto tempo sobre isso, e ainda agora parecia que sua mente estava em branco.
Mas ela já não estava mais preocupada.
Levantou-se da cama, e andou até o armário. Abriu a porta e pegou uma caixinha, com várias outras cartas, todas escritas em momentos diferentes, mas que bem como essa...
Com um suspiro, colocou a carta nessa caixinha e pensou: "Eu espero - não apenas espero, como desejo de todo o meu coração - que um dia eu tenha a coragem necessária pra te dizer tudo isso.
Se não, me contentaria ao menos em te entregar essa carta". Ela fechou os olhos junto com a porta do armário. Apoiou-se nela.

(...)

Ela voltou para a cama. E finalmente ela perdeu o chão, perdeu o ar, perdeu as forças de lutar contra tudo aquilo e chorou, como uma criança. Naquele momento, ela se esqueceu de quem era... e adormeceu depois de muito tempo...

sábado, 25 de agosto de 2007

"Querido Diário..."

Se não faz sentido, o que fazer?
Se não faz sentido te querer
Se não faz sentido te perder
Se não vale a pena te amar
Se eu sempre preciso duvidar
Se eu sempre preciso ter você aqui
Por que eu sempre preciso ver você sorrir?
Por que não faz sentido precisar?
Por que você sempre tem que me fazer chorar?
Por que você sempre me faz sofrer?
Tudo o que eu quero é estar com você
Talvez não faça sentido
Simplesmente por não fazer
Porque eu preciso ouvir sua voz
Preciso que você fale dos planos que tem pra nós
Preciso que você diga que se sente do mesmo jeito
Preciso que você faça essa insanidade perder o efeito
Preciso das suas forças
Preciso dos seus medos
Preciso da sua boca
Eu morro por teus beijos
Talvez não faça mesmo sentido
Simplesmente por não fazer
Talvez o amor seja mesmo irracional
Mas sentí-lo é o que nos faz viver.



Então, crianças... é isso o que acontece quando a gente ouve Djavan ^^... ahahahahahahaha

domingo, 19 de agosto de 2007

Maria Vitória


Tem coisas na vida que a gente sabe que não vai esquecer nunca... e essa, sem dúvidas, é uma delas...
Hoje... eu fui visitar a família do meu vô, numa cidade pertinho aqui de casa... uns 40 minutos de carro...
Numa dessas, nós fomos na casa de um primo meu... ele é novinho, não tem nem 30 anos... a esposa dele, também ^^
E eles têm a filhinha mais linda desse mundo... o nome dela (como já deve ter dado pra imaginar) é Maria Vitória. E ela é um anjinho mesmo. É uma daquelas crianças pelas quais você se apaixona instantaneamente... e não tem mais volta.
Como qualquer criança de quase dois anos que se preze, ela tem medo de quem nunca viu na vida... não dá confiança mesmo. Mas, depois de um tempinho, de eu ter sentado no chão com ela, ter deixado ela brincar com a minha pulseira de bolinha (do Kyo...), ter visto ela tomando uma mamadeira com leite cor-de-rosa "Quick" (por causa de um desenho, que ela queria porque queria igual...), e ter passado uns 10 minutos mostrando a língua pra ela, aconteceu uma coisa que me pegou desprevinida... me deixou em choque mesmo...
Quer dizer, foi uma coisa boa, meio confusa, meio inexplicável que eu senti... na verdade, eu sinceramente não entendi até agora...
Ela mal falava... não tinha me conhecido antes... ela não tem nem mesmo dois anos de idade... e aí, quando eu fui abaixar pra dar um 'tchau' pra ela, do nada, sem qualquer aviso prévio... ela que tinha dado 'tchau' de longe pra todo mundo que estava comigo... me abraçou, me deu um beijo e falou assim: 'eu te amo'.
'Eu te amo'... simples assim... 'eu te amo'... na hora eu nem soube o que fazer... quer dizer, ouvir isso de uma pessoa "crescida" não causa tanto impacto... na verdade, quase nenhum, porque na maioria das vezes isso é hipocrisia mesmo...
Entretanto, ouvi-lo assim de surpresa, de uma criança que não sabe mentir... bom, que não sabe nem falar direito, que de vez em quando ainda tropeça nas próprias pernas porque não anda direito... logo de manhã cedo... depois de um abraço gostoso e de um beijo...
Eu poderia dizer que certamente não existe nada melhor do que isso... mesmo que ela tenha falado por falar, que daqui a alguns anos ela já nem se lembre mais de mim, ou do que ela me disse... eu sei que eu não vou esquecer...

sábado, 18 de agosto de 2007

Clássicos (...)


Bom, dando um tempo com as historinhas bonitinhas agora... hoje aconteceu uma coisa, no mínimo... curiosa...
Sabe, todo mundo diz que as nossas idéias são influenciadas pela mídia... hoje eu comprovei isso...depois de muito tempo longe dos filmes de terror, hoje de manhã eu acordei e por acaso, me deparei com um deles... esse filme, não era necessariamente um clássico, por assim dizer... era uma das continuações desses clássicos... Halloween H20... e que Deus me perdoe por ter perdido quase uma hora e meia com aquilo...
O elenco era... bom, Jamie Lee Curtis ("True Lies" e... bom, "Sexta-feira muito louca", sendo esse segundo mais assustador que o filme em questão...), Josh Hartnett (bom... dizer o quê? Ele é lindo... "40 dias e 40 noites", "Pearl Harbor", "As Virgens Suicidas" - o melhor deles, na minha opinião... - e recentemente, "Xeque - Mate", "Dália Negra e um pouco mais atrás, "Divisão de Homicídio"), Michelle Williams ("Dawson's Creek" - uma das séries que eu mais gostava... - e "O Segredo de Brokeback Mountain" - "Senta... eu sei que senta..." ahahahahahahaha), LL Cool J - em sua fase gordinha... - (o cara é rapper, mas participou de "House", então merece meu respeito ^^).
Bom, tem também o Joseph Gordon-Levitt (acho que é isso), que fez "10 coisas que eu odeio em você" e "3rd rock from the sun", e aquela menina que é a musa num dos filmes do Freddie Prinze Jr. e também no "Correndo Atrás"... deu pra ter uma idéia?!
O que eles todos têm em comum? Resposta: trabalham direcionados para o público jovem (claramente subestimado nesse filme...).
Isso, muito bom... agora, considere, por favor, um roteiro escrito pela própria Jamie Lee Curtis... ela devia realmente continuar sendo apenas atriz...
Eu não li as críticas pra esse filme, e sou nova demais pra me lembrar dos comentários feitos sobre ele quando estreou aqui (eu tinha 8 anos de idade...). É estranho e eu estou decepcionada, sabe? Quer dizer... eu cresci ouvindo pessoas falarem sobre "Halloween's" e "O Massacre da Serra Elétrica('s)"... o segundo, eu assisti há algum tempo atrás... mas, a menos que os outros "Halloween's" sejam realmente muito bons, eu preciso dizer... meu mundo desabou... (risos)
Mas, enfim... com certeza, superarei esse trauma...
A questão é: até que ponto somos levados a acreditar nas coisas? Até que ponto nos deixamos influenciar?
Só posso dizer que depois de hoje, com certeza, eu não vou mais me deixar levar pelos impulsos de comprovar por mim mesma a qualidade de certos filmes... não vale a pena, muitas vezes...

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Príncipe Encantado (?)




Um dia qualquer, férias de verão. O que acarretava... emprego de verão!!! Porém, nada muito pesado... um turno vez ou outra na loja da mãe, o que não era muito pesado até Natal e Ano Novo chegarem. Na época com 14 anos, ela não acreditava em contos de fada. Ao contrário, se achava velha demais pra isso. Não conseguia sonhar, não tinha esperanças ou expectativas de que um dia ela encontrasse um "Príncipe do Cavalo Branco".
Bastante insegura, ela tinha um ponto forte. Algo em que sabia (ao menos na época...) que ninguém poderia superá-la... o inglês.
No meio do dia, movimento fraco, ela estava sentada no estacionamento onde ficava a loja. Reparou que um moço entrava na loja, nada demais. Afinal, é raro homens que gostem de flores... mais um cliente comum, como outro qualquer. A moça que estava lá iria atendê-lo e, talvez, vender. Mas provavelmente não. As pessoas costumam guardar dinheiro para o Natal durante essa época.
Eis que a moça que estava lá dentro pede a ela que atendesse o moço que havia entrado. Questionada sobre o por que disso, a moça lhe diz:
-É que ele não fala Português...
Ela, então, "toda toda" foi atender o rapaz. Qual foi a sua surpresa quando ela olhou realmente para ele (afinal, quando ela atendia, precisa passar convicção para os clientes... e isso na maioria das vezes se dá pelo contato visual). Era um rapaz lindo.
Não que você olhasse e dissesse: 'Legal...'. Não. Ele era lindo. Mais ou menos 1,90m de altura, porte atlético, cabelos louros com um franjinha que o fazia parecer um garoto caindo pelos belos olhos azuis, ressaltados pelo piercing que ele tinha na sobrancelha. Extremamente educado. Ele a chamava de 'Ma'am', ainda que ela insistisse que não o fizesse, porque se sentia velha com isso.
Ele elogiou a pronúncia dela (e o que isso fez com o ego da garota foi impressionante!), perguntou se ela já havia morado fora. Ela, envergonhada até a alma, disse que não.
Ele foi embora, dizendo um 'Obrrrrrrrrigadooooooooooou' com um sotaque adoravelmente carregado. Completou com um 'Beijos para todos' que fez até mesmo os funcionários homens ficarem encantados com ele.
(...)
Anos depois, depois de lembrar-se dessa história ao contá-la para uma amiga, ela parou um pouco e pensou sobre isso.
E era assim. Exatamente assim. Como aquele moço estrangeiro que entrou na loja, naquele verão. Se ela um dia tivesse acreditado em 'Príncipes do Cavalo Branco', aquele rapaz seria a personificação de todos os seus devaneios.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007


Mais um dia havia começado. E o que ela sentia era indescritível. Fazia tanto frio, mas por suas roupas, ela parecia não se importar. Ela sentia as mãos congelarem, mas gostava da sensação. Gostava do frio, mesmo sabendo que eventualmesnte, toda essa exposição lhe causaria uma gripe. E como sua resistência era fraca!...

Uma vontade incontrolável de gritar. Um misto de frustração e alegria que não era possível explicar (nem mesmo o mais articulado dos escritores poderia, ela tinha certeza). Era como se o mundo estivesse prestes a desabar sobre sua cabeça, e isso não lhe preocupasse nem um pouco.

Ela sempre gostara de músicas. Mas aquelas modinhas, sabe? Tudo teve sua época... Há pouco tempo, um momento Flashback lhe fez baixar da internet músicas que ela não ouvia há séculos (e não seria essa a medida de anos de um adolescente - "séculos"?). Fez baixar também músicas que normalmente, não lhe causariam nenhum impacto. Como uma que a viciou de tal forma, que ela não consegue parar de ouvir. E o que teria de atraente? Quer dizer, além do sotaque britânico maravilhoso do vocalista (que aliás, junto com seus belos olhos azuis são as únicas que qualidades que se podem ressaltar naquele sujeito!)?

"É exatamente como o céu", ela pensava... nada havia provocado semelhante reação nela.

Voltando à sua vontade de gritar... não era uma coisa perdida, qualquer. Era exatamente essa música que ela queria gritar. Não a música toda, mas uma parte especial dela... se bem me recordo, ela era mais ou menos assim:

"...'Why are you so far away?' she said

'Oh, won't you ever know that I'm in love with you?'..."

Porém, ela não conseguia. Não admitia nem mesmo para si mesma que estava apaixonada por alguém. Nunca admitira antes, quanto menos gritar. Aliás, ela só gritava quando estava muito nervosa. Em geral, sua voz era bastante baixa...

Se lembra de ter gritado uma única vez. Quando era pequena (não tanto, devia ter uns 10 ou 11 anos)... algo a perturbava, mas ela não se lembra. Se lembra apenas de ter gritado, na escola, num Dia das Bruxas. Eles aumentaram a música e mandaram que eles gritassem. E ela gritou. E se lembra de nunca ter se sentido tão aliviada.

Mas agora, uma adolescente, pra quem tudo normalmente tomas proporções exageradas (e isso o que ela pensava, que seus dramas eram os piores de todos), ela não tinha mais essa chance. A menos que atendesse a um show de rock, pois caso contrário, a escola já havia acabado. E tão cedo... ela era tão nova!

Mas algo a amedrontava, quanto a admitir isso. Embora todos ao seu redor soubessem, embora todos já houvessem percebido, ela insistia em dizer que nada acontecia.

Talvez o fato de saber que, se admitisse isso pra si mesma, ela ficaria vulnerável. E não dependeria de ninguém, além dela. E ela não estava pronta para enfrentar isso...