quarta-feira, 1 de agosto de 2007


Mais um dia havia começado. E o que ela sentia era indescritível. Fazia tanto frio, mas por suas roupas, ela parecia não se importar. Ela sentia as mãos congelarem, mas gostava da sensação. Gostava do frio, mesmo sabendo que eventualmesnte, toda essa exposição lhe causaria uma gripe. E como sua resistência era fraca!...

Uma vontade incontrolável de gritar. Um misto de frustração e alegria que não era possível explicar (nem mesmo o mais articulado dos escritores poderia, ela tinha certeza). Era como se o mundo estivesse prestes a desabar sobre sua cabeça, e isso não lhe preocupasse nem um pouco.

Ela sempre gostara de músicas. Mas aquelas modinhas, sabe? Tudo teve sua época... Há pouco tempo, um momento Flashback lhe fez baixar da internet músicas que ela não ouvia há séculos (e não seria essa a medida de anos de um adolescente - "séculos"?). Fez baixar também músicas que normalmente, não lhe causariam nenhum impacto. Como uma que a viciou de tal forma, que ela não consegue parar de ouvir. E o que teria de atraente? Quer dizer, além do sotaque britânico maravilhoso do vocalista (que aliás, junto com seus belos olhos azuis são as únicas que qualidades que se podem ressaltar naquele sujeito!)?

"É exatamente como o céu", ela pensava... nada havia provocado semelhante reação nela.

Voltando à sua vontade de gritar... não era uma coisa perdida, qualquer. Era exatamente essa música que ela queria gritar. Não a música toda, mas uma parte especial dela... se bem me recordo, ela era mais ou menos assim:

"...'Why are you so far away?' she said

'Oh, won't you ever know that I'm in love with you?'..."

Porém, ela não conseguia. Não admitia nem mesmo para si mesma que estava apaixonada por alguém. Nunca admitira antes, quanto menos gritar. Aliás, ela só gritava quando estava muito nervosa. Em geral, sua voz era bastante baixa...

Se lembra de ter gritado uma única vez. Quando era pequena (não tanto, devia ter uns 10 ou 11 anos)... algo a perturbava, mas ela não se lembra. Se lembra apenas de ter gritado, na escola, num Dia das Bruxas. Eles aumentaram a música e mandaram que eles gritassem. E ela gritou. E se lembra de nunca ter se sentido tão aliviada.

Mas agora, uma adolescente, pra quem tudo normalmente tomas proporções exageradas (e isso o que ela pensava, que seus dramas eram os piores de todos), ela não tinha mais essa chance. A menos que atendesse a um show de rock, pois caso contrário, a escola já havia acabado. E tão cedo... ela era tão nova!

Mas algo a amedrontava, quanto a admitir isso. Embora todos ao seu redor soubessem, embora todos já houvessem percebido, ela insistia em dizer que nada acontecia.

Talvez o fato de saber que, se admitisse isso pra si mesma, ela ficaria vulnerável. E não dependeria de ninguém, além dela. E ela não estava pronta para enfrentar isso...

2 comentários:

Anônimo disse...

maano, você está amadurecendo sua veia literária :D
bendita hora em que eu te apresentei Pelviini (x
haoiehihhaeo xDD

te amo Rin

- lindo lindo seu texto

;*

Grinn Hood disse...

otimo o texto ^^
mas...
gripe e resfriado, sao coisas diferentes >.<